Meninas, li um texto da Leda Nagle e gostei, por isso quero compartilhar com vocês... É um toque, talvez até um "puxão de orelha" e vale parar para pensar!!! Bjos! E ótimo fim de semana! Segue o texto...
Leda Nagle: A gente não quer ser cidadão?
Rio - Tem assunto que não dá ibope, não faz o menor sucesso na conversa de bar nem em papo na casa de amigos no fim de semana. Lixo é um destes assuntos. Já foi assim com meio ambiente. Até inventaram apelido pra quem insistia na conversa: ecochato. E lá vamos nós, consumindo, comprando, usando e descartando. E para onde vai este lixo todo? Não é assunto fino. Ninguém quer saber. Mas basta uma boa hora de chuva de verão para ruas e calçadas ficarem alagadas e os bueiros entupirem. É óbvio que os prefeitos têm que mandar limpar as galerias pluviais, que os bueiros devem ser igualmente limpos, claro que os garis têm que passar regularmente recolhendo o lixo. Mas a gente também tem que fazer a nossa parte.
Defender autoridades não é meu forte, até porque eles sempre fazem menos do que deveriam mas, cá pra nós, não dá para culpar apenas os xerifes das cidades. É preciso que o povo ajude. E entenda-se por povo, todo mundo, independentemente de qualquer coisa, tipo ou classe social. Nossas ruas são imundas, nossas praias também, e muita gente ainda resiste em separar lixo orgânico de lixo descartável, como se esta função não fosse nossa. Nesta causa todo mundo é culpado. Já reparou quantos sacos plásticos, garrafas PET, bandejas de isopor e sacolas levamos pra casa, toda vez que vamos às compras? E como descartamos tudo isto? Sem a menor culpa ou preocupação maior. Jogamos no lixo, tudo junto e misturado, como se coubesse a uma entidade aparecer para resolver o problema do lixo da nossa casa, ou do nosso escritório. Vamos combinar que é absolutamente possível separar o lixo do lixo. Basta querer. Não precisa ser rico, comprar uma lixeira cara e enorme, com separações para o lixo. Claro que se tiver dinheiro pra isto vale a pena, são lindas. Mas se não tiver pode-se fazer a separação sem maiores dramas, em duas sacolas diferentes, na mesma cozinha. É uma questão de atitude, de criar o hábito, de parar pra pensar na hora de descartar, criar uma cultura diferente e fazer a cabeça das crianças da casa e dos empregados também. É uma questão de começar a agir, de dar o exemplo, pegar o jeito.
Vai fazer bem para você mesmo e pro povo da sua casa. Aliás, as crianças deveriam ter aula de civilidade nas escolas aprendendo a separar o lixo, entendendo que é um grande mico jogar coisas no meio da rua. Podiam aprender também a não desperdiçar comida nem dirigir depois de beber, não esquecer o cinto de segurança. E poderiam aprender também que é possível economizar dinheiro sem perder o prazer de viver. Afinal, a gente não quer ser cidadão?
Quando uma parte de você deixa de existir.
Há 4 semanas