quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Mãe Desnecessária

Oi meninas!

Quando li o título acima, num email que recebi de uma amiga, me interessei logo. É impossível achar que um dia serei desnecessária para Maria Clara, mas o fato é que serei. E pro bem dela. Mas é MUITO difícil admitir e imaginar esse dia. A medida que ela cresce e os sentimentos vão conseguindo ser ditos e demonstrados com mais intensidade, mais distante fico dessa frase. Como imaginar ser desnecessária se ela abraça, beija, como se eu fosse TUDO pra ela?! Como boa manteiga, meus olhos estão cheios de lágrimas!

É duro, meninas, mas minha filha está crescendo!

Vamos ao texto, antes que eu inunde tudo aqui...

"A boa mãe é aquela que vai se tornando desnecessária com o passar do tempo.

Várias vezes ouvi de um amigo psicanalista essa frase e ela sempre me soou estranha. Até agora. Agora que minha filha adolescente, aos quase 18 anos, começa a dar vôos-solo. Chegou a hora de reprimir de vez o impulso natural materno de querer colocar a cria embaixo da asa, protegida de todos os erros, tristezas e perigos. Uma batalha hercúlea, confesso. Quando começo a esmorecer na luta para controlar a super-mãe que todas temos dentro de nós, lembro logo da frase, hoje absolutamente clara. Se eu fiz o meu trabalho direito, tenho que me tornar desnecessária.

Antes que alguma mãe apressada venha me acusar de desamor, preciso explicar o que significa isso. Ser 'desnecessária' é não deixar que o amor incondicional de mãe, que sempre existirá, provoque vício e dependência nos filhos,como uma droga,a ponto de eles não conseguirem ser autônomos, confiantes e independentes.

Prontos para traçar seu rumo, fazer suas escolhas, superar suas frustrações e cometer os próprios erros também. A cada fase da vida, vamos cortando e refazendo o cordão umbilical. A cada nova fase, uma nova perda é um novo ganho, para os dois lados, mãe e filho. Porque o amor é um processo de libertação permanente e esse vínculo não pára de se transformar ao longo da vida.Até o dia em que os filhos se tornam adultos, constituem a própria família recomeçam o ciclo. O que eles precisam é ter certeza de que estamos lá, firmes, na concordância ou na divergência, no sucesso ou no fracasso, com o peito aberto para o aconchego, o abraço apertado,o conforto nas horas difíceis.

Pai e mãe - solidários - criam filhos para serem livres. Esse é o maior desafio e a principal missão. Ao aprendermos a ser 'desnecessários', nos transformamos em porto seguro para quando eles decidirem atracar."

(Márcia Neder Bacha é psicanalista e pesquisadora da UFMS e da USP/NUPPE. Doutora em Psicologia Clínica e autora de Psicanálise e Educação – Laços Refeitos e A arte de formar: o feminino, infantil e o epistemológico.)

P.S: Nem preciso dizer que me encantei com o blog da Mari....

Beijossssssssssssssssssss

4 comentários:

Mari Hart disse...

Own querida, muito obrigada! =)

Conheço esse texto há alguns anos, mas sabe que se eu ler 10 x, eu choro 10x tb!? rs! Boba né?! Mas em se tratando de filhos, todas nós somos! ahaha...

Um grande beijoOOo! =)

Amanda disse...

Beta, AMEI O TEXTO!!! Toca lá no fundo e as lágrimas descem com facilidade... Você sabe que às vezes (no auge do cansaço) eu "reclamo" lá em casa que o Arthur não pára de me chamar, tudo é "mamãe, mamãe, mamãe" e aí o marido fala "aproveita que ele ainda te quer, porque daqui a pouco ele não vai mais querer ficar agarrado com você", realmente isso dá um desespero, pensar que meu bebê quando crescer vai desgarrar... Mas o texto está certíssimo, devemos criá-los para caminhar com as próprias pernas, e se fizermos bem feito, nos orgulharemos lá na frente!
Bjos e ótimo fim de semana para todas!!!

Patrícia disse...

Emocionante! Fico pensando em quando Giovana for adulta... Tudo o que mais quero é que ela seja feliz! Mas te confesso que já sinto saudade de ficar no agarramento que temos...

Bjs

vanice disse...

Ai,me emocioneiiii!!! Tenho um fihote de 7 anos,que é tão independente que as vezes me assusta,rsrs...
Ví seu blog lá no blog da Déia,e gostei muito daqui.
beijos.