terça-feira, 20 de abril de 2010

HISTÓRIA DE UMA MULHER!!!

Olá meninas, voltei!!!
Estive sumida com as férias e quando retornei fiquei enroladíssima com o acúmulo de função.
Mas, agora estou de volta e... numa terça para mais uma história de uma mulher.
Bom, hoje quero falar de uma mulher especialíssima pra mim, minha avó, Dona Marina.
Minha avó foi uma mulher a frente do tempo dela, tinha muitos irmãos já que minha bisavó, sua mãe, foi a segunda esposa do meu bisavô. Estudou e formou-se como professora e foi lecionar em outra cidade, sozinha e solteira...
Casou-se, sempre trabalhando fora e teve 4 filhos homens...
Católica, apostólica, romana praticante nunca deixava de lado seus santos, especialmente Dom Bosco, com quem conversava o dia todo.
Vovó nos trouxe o hábito de ler, fazer palavras cruzadas e fazer crochê, é eu sei fazer crochê!!!
Na casa de vovó tudo se remetia a um bom café com leite e pão com manteiga.
Vovó me ensinou a viver com amor, tudo pra ela era amor, um bom beijo estalado e tudo estava finalizado.
Vovó costumava fazer com os netos o que fez com os filhos só que sem a responsabilidade sobre a educação, mas quando estavamos na casa dela se brigassemos, pronto: de castigo, de frente um para o outro, de mãos dadas até o perdão onde tudo se encerrava com um beijo.
Vovó me ensinou a igualdade, ela dizia que seus filhos não passavam manteiga no pão, era ela ou o vovô quem passavam a manteiga para que todos comessem igual.
Se tinham em casa 2 bananas cada filho comia meia... E fazia o mesmo com os netos, todos ganhavam o presente no mesmo valor, 15 netos tudo igual.
Vovó me ensinou como é bom sorrir, tinha sempre um sorriso bonito mesmo triste ela procurava alguma coisa para se alegrar.
Vovó me ensinou a rezar, dizia que os anjos ouviam nossas preces e que rezando e agradecendo nada jamais iria nos faltar.
Vovó me ensinou que envelhecer é grandioso, que as rugas são as marcas da vida e que tudo é sempre uma boa lembrança.
Vovó me ensinou que vaidade não faz mal, mas que seu excesso é desnecessário, "minha filha qualquer mulher fica linda diante do dom de procriar, de dar a luz, de iluminar" - dizia ela.
Vovó me ensinou que grandes amizades não se perdem no dia-a-dia e que nada substitui um irmão. Ela falava com sua irmã todos os dias na mesma hora, um dia ela ligava para a irmã e no outro era a irmã quem ligava pra ela.
Vovó foi uma grande mulher, seu espírito de luta a acompanhou até mesmo na hora da morte.
Lembro-me dela sempre com muito amor, principalmente porque ela sempre assumiu seus defeitos, defeitos de mãe, de mulher, de avó e principalmente de pessoa.
Guardo dela sempre os melhores momentos pra me darem força para continuar.
Gosto de sua imagem com os seus vestidos, minha avó nunca usava calça, e com um pano de prato queimado na mão. Ela sempre esquecia de apagar o fogo e quando ia tirar uma panela do fogão pronto, queimava o pano de prato.
Cozinhar era seu passatempo predileto e ver sua família sempre reunida à mesa para comer suas maravilhas culinárias era pra ela o melhor da vida.
Quero levar pra sempre seus ensinamentos e suas histórias, como por exemplo:
"Menina tira a mão da testa pra estudar senão você não memoriza. É o pescoço que sustenta a cabeça e não o braço."
"Vai cortar essa unha, senão você vai ficar igual ao João Felpudo que teve que dormir fora de casa." (ok, a história do João Felpudo eu conto em outro post, me ajuda muito com a minha filha).
"Se meus filhos e netos estão felizes então está tudo ótimo."
"Senta aqui e vamos tomar um café com leite e pão com manteiga que numa boa conversa tudo se resolve."
Ainda sinto muita falta dela porque assim como minha mãe ela me conhecia até pela voz a quilometros de distância e sempre sabia do que eu precisava.
Quis registrar esta história de uma mulher porque gostaria de compartilhar com vocês os ensinamentos de vida e de mãe que minha avó me deixou e que coloco em prática com a minha filhota então, pra começar queria que todas soubessem o quão importante ela foi na minha vida pra poder depois dividir suas lições e histórias.
Bjs.

2 comentários:

Roberta disse...

Muito legal, Gabi!
Nunca tive uam avó presente assim...ela estava sempre presente, mas não dando essas lições sabe.
E a mãe da minha mãe morreu cedo, nem conheci...minha mãe tinha 5 anos quando ela morreu.
Que bom ouvir as suas histórias com ela.
Beijos.

Vanessa disse...

Adoro as histórias de mulher.
Bjs,

Vanessa