terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Mães Más

Gente,
que mundo é esse que a gente vive. Vendo cada coisa louca acontecer no dia a dia.
Ontem estava lendo sobre aquela menina que combinou com o namorado para assaltar a própria mãe. Hoje pela manhã tinha uma notícia que o pai dela é Procurador da República e estava querendo justificar o erro da filha.
Não estou aqui para julgar e acho que educar é uma tarefa árdua, mas acredito que os pais de hoje em dia estão cada vez mais ausentes por conta da necessidade de trabalhar fora e consequentemente fazendo corpo mole em alguns momentos da educação para poder amenizar esta ausência.
Tem um texto que fala sobre MÃES MÁS, e acho que é o mais certo de tudo. Agradeço muito pela minha mãe ter sido uma mãe má, muito má, pois hoje sou quem sou por causa dela.
Quero ser uma mãe má com a minha filha tb e espero ter aprendido tudo com a minha mãe para poder passar para a minha filha.
Segue para compartilhar com vocês.
Bom Dia !!!

MÃES MÁS

Um dia, quando os meus filhos forem crescidos o suficiente para entenderem a lógica que motiva os pais e as mães, eu hei de dizer-lhes:
Eu os amei o suficiente para ter perguntado: onde vão, com quem vão e a que horas regressarão
Eu os amei o suficiente para não ter ficado em silêncio, e fazer com que eles soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia.
Eu os amei o suficiente para fazê-los pagar pelas balas que tiraram da mercearia, ou revistas do jornaleiro, e os fazer dizer ao dono:
Nós pegamos isto ontem e queríamos pagar.
Eu os amei o suficiente para ter ficado em pé duas horas junto deles, enquanto limpavam o quarto: tarefa que eu teria feito em 15 minutos.
Eu os amei o suficiente para deixá-los ver além do amor que eu sentia por eles, o desapontamento e também as lágrimas nos meus olhos.
Eu os amei o suficiente para deixá-los assumir a responsabilidade das suas ações, mesmo quando as penalidades eram tão duras que me partiam o coração.
Mais do que tudo, eu os amei o suficiente para dizer-lhes NÃO, quando eu sabia que poderiam me odiar por isso - e em alguns momentos até me odiaram.
Essas eram as mais difíceis batalhas de todas.
Estou contente, venci... porque no final eles venceram também!
E qualquer dia, quando meus netos forem crescidos o suficiente para entenderem a lógica que motiva os pais e as mães, meus filhos vão lhes dizer, quando eles lhes perguntarem se a sua mãe era má:
Sim... Nossa mãe era má! Era a mãe mais má do mundo...
As outras crianças comiam doces no café da manhã, e nós tínhamos de comer cereais, ovos e torradas.
As outras crianças bebiam refrigerantes, comiam batatas fritas e sorvete no almoço, e nós tínhamos que comer arroz, feijão, carne, legumes e frutas.
E ela obrigava-nos a jantar à mesa, bem diferente das outras mães, que deixavam os filhos comerem vendo televisão.
Ela insistia em saber onde nós estávamos a toda hora - tocava nosso celular de madrugada.
Era quase uma prisão; mamãe tinha que saber quem eram os nossos amigos e o que eles faziam.
Insistia que lhe disséssemos com quem íamos sair, mesmo que demorasse só uma hora ou até menos.
Nós tínhamos vergonha de admitir, mas ela violou as leis de trabalho infantil.
Nós tínhamos que tirar a louça da mesa, arrumar nossas bagunças, esvaziar o lixo e todo o tipo de trabalhos que achávamos cruéis.
Eu acho que ela dormia à noite, pensando em coisas para nos mandar fazer.
Ela insistia sempre conosco para lhe dizermos a verdade, e apenas a verdade.
E quando éramos adolescentes, ela até conseguia ler nossos pensamentos.
A nossa vida era mesmo chata.
Ela não deixava os nossos amigos tocarem a buzina para que nós saíssemos.
Tinham que subir, bater à porta para ela os conhecer.
Enquanto todos podiam voltar à noite com 12, 13 anos, nós tivemos de esperar pelos 16 para chegar mais tarde, e aquela "chata" levantava para saber se a festa foi boa - só para ver como estávamos ao voltar.
Por causa de mãe, nós perdemos algumas experiências da adolescência.
Nenhum de nós esteve envolvido com drogas, em roubos, atos de vandalismo, violação de propriedade, nem fomos presos por nenhum crime.
Foi tudo por causa dela.
Agora que já somos adultos, honestos e educados, estamos fazendo o nosso melhor para sermos "Pais Maus", tal como a nossa mãe foi.
Eu acho que é um dos males do mundo de hoje: não há suficientes "MÃES MÁS".

2 comentários:

Déia. disse...

Perfeito o texto Vanessa. concordo com cada vírgula que vc escreveu!
Esse mundo anda mesmo muito estranho.

Patrícia disse...

Às vezes me sinto uma mãe muito má. Chego até a ficar triste. Mas, depois deste post, percebi que as minhas "maldades" são todas para o bem da minha filha. Quero que ela cresça saudável e seja feliz.

Beijos